quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Projeto "Viver Valores"

“Não se pode ensinar nada a um homem; só é possível
ajudá-lo a encontrar a coisa dentro de si.”
(Galileu Galilei)

Texto Reflexivo e Proposta de Projeto

                  Mais um bimestre aconteceu e com ele muitas conquistas e vitórias.
        Passado o período de adaptação conseguimos formar “uma cara” nossa: o perfil do 4º ano. Alunos falantes, irrequietos, porém, interessados em saber sempre mais.
            Em relação à aprendizagem, acredito que estão realizando com maior autonomia suas lições e desafios; inclusive esse foi o relato de muitos pais nas reuniões individuais.
            Estão crescendo no saber!
Neste bimestre, porém, algo me intriga: a disciplina dos alunos e a postura nas aulas dos especialistas e com os próprios colegas de sala. Muitos são meus questionamentos: Por que obedecem mais ao meu comando? Por que ainda precisam de um mediador para entender a importância da escuta? Será o horário de nossas aulas, geralmente as últimas, o causador da indisciplina? A sala com pouco espaço?
            É chegada a hora de agir! E para isso vou desenvolver um projeto com valores, que será construído juntamente com alunos para prepará-los a participar completa e livremente nas decisões que afetam sua maneira de viver.
            “Planos educacionais constituem um meio para fortalecer a formação das crianças e adultos em aplicar os valores éticos em suas vidas; a questão é como tais valores podem ser integrados e implementados. Para tal, é essencial o reconhecimento de valores básicos universais como amor, respeito, cooperação dentre tantos outros e o entendimento de que estas qualidades podem ser aprendidas e fortalecidas.”

Por que viver valores?

Os valores motivam o comportamento à atividade humana. São fontes de energia que mantém a autoconfiança e a objetividade. Hoje, na maioria dos países, os povos são influenciados pela ideologia materialista que cria uma cultura de acúmulo, posse, egoísmo e ganância. Consequência: os valores autênticos perdem o brilho da verdade e a força para sustentar e preservar uma cultura digna do ser humano. Essa distorção de princípios é uma das causas da crise em que vivemos no mundo moderno, marcado pela inquietação, insegurança e, obviamente, ausência de paz.
            A violência, os comportamentos negativos, estimulados pelos meios de comunicação, a desagregação da família, as desigualdades sociais são alguns dos resultados visíveis de uma época contaminada pela inversão de valores.
            Este quadro indica a necessidade de reformarmos nosso comportamento e, para que isso aconteça, temos que resgatar os momentos de verdade e harmonia.
            A família, os amigos, a mídia e fontes diversas transmitem informações contraditórias, apresentando às crianças e aos jovens um mundo fragmentado e desolado. Dentro desse contexto, as instituições de ensino enfrentam grandes dificuldades, na tarefa de orientar seus alunos e ajudá-los a reunir as peças desse imenso quebra-cabeças. Não parece claro o meio de fornecer os elementos unificadores.
            O colégio é, hoje, o local onde se aprende cada vez mais sobre o universo físico, e muito pouco sobre o mundo interior e subjetivo. Com a crescente informatização, a tendência é aumentar o conteúdo informativo, em detrimento do formativo, o que é um fator preocupante, pois se constata que essa é a principal função da escola.
            Com a inclusão do estudo de valores, de maneira formal e informal, haverá tempo para este trabalho de grande alcance. É o passo inicial do autoconhecimento, que conduzirá à transformação para melhoria dos relacionamentos em todos os níveis, tornando as aulas mais atrativas e a escola um rico laboratório de vivências positivas, onde crianças e jovens se desenvolverão à luz dos pensamentos e bons sentimentos.
            A conquista da auto-estima é o resultado natural deste laboratório cotidiano. Assim, os desvios de personalidade que se encontram arraigados na maioria das pessoas, podem encontrar seu caminho de retorno dando a elas um significado maior para a existência.

Uma regra de ouro – Realçar o acerto

Ao focalizar as negatividades, repetidamente, as aulas se tornam comuns e cansativas. Por isto, uma regra de grande ajuda é destacar sempre os valores positivos apresentados em classe.
            Falar muito sobre algo ruim, mesmo que para corrigir, acaba tendo efeito de reforço. Por exemplo: quando uma criança faz algo errado, em vez de dirigir-se a ela publicamente, evidenciando seu erro, dirija-se a outra que esteja certa e chame a atenção do grupo para ela. Geralmente, o objetivo da travessura é chamar a atenção para si, e, com este tipo de atitude, o jogo não só se desfaz como também se inverte. Isto não significa que o professor deva ficar omisso em relação ao erro. Em alguns casos, se a criança não conseguir por si só reverter o processo, outro método é de dar a ela destaque; mas não pelo erro, e sim por algo positivo de sua personalidade, desvalorizando a transgressão.
            Deve ficar claro para professor e aluno que o ruim são as negatividades, e não as pessoas. É importante que a criança se sinta amada no momento da correção; isto a ajudará também a se libertar dos seus erros.
            A partir de certa idade a criança pode e deve avaliar conscientemente seus atos e corrigi-los, se for encaminhada para isto. Esta prática de autoavaliação permitirá que a criança perceba seu desempenho nas atividades escolares, tornando-se assim, mais participativa no processo da aprendizagem.
            A origem etimológica da palavra educar é colocar para fora. Pôr para fora, nada mais é do que, o exercício do despertar das qualidades, valores originais do ser, bem como a criação do ambiente propício para seu desenvolvimento.
            Sempre que houver tempo, atenção especial deverá ser dada a cada criança individualmente. Se não há proximidade pessoal, o laço afetivo é fraco e sem afetividade a criança não responde bem às propostas. Na sala de aula, uma palavra, um gesto de atenção e preocupação do professor com o bem – estar do aluno são muito eficientes. É uma postura interna que virá da percepção do valor de cada criança e de sua beleza interior.

Atividades:

·         Expor o projeto e explicar como será trabalhado;
·         Assistir ao vídeo “A era do gelo”. Um filme que aborda muito bem a amizade, o companheirismo, a honestidade e a ajuda ao próximo;
·         Criação e slogans ou frases sugestivas por crianças e professores que, depois de selecionados, podem ser lidos e comentados com a turma;
·         Algumas histórias selecionadas de conto de fadas, histórias verídicas, notícias de jornal etc, podem ser trabalhadas como apoio e ponto de referência para a reflexão sobre valor;
·         Todos os fatos que as crianças trouxerem para a sala de aula, fatos que ocorrerem na escola, na própria sala, nas suas casas ou na comunidade, deverão ser apresentados como fontes de aprendizado na área dos valores;
·         Músicas que falem do tema podem ser ouvidas, cantadas ou criadas com alunos. As letras também podem ser exploradas;
·         Questionário para as crianças entrevistarem familiares ou pessoas da comunidade, de forma a saberem a visão de outras pessoas com relação a um valor específico. Aproveitando a chance para despertar o interesse do entrevistado também.
·         Avaliar semanalmente a evolução do projeto, verificar se houve progressos, se não houve quais os motivos;
·         Realizar dinâmicas, trabalhando reflexão e conscientização de valores, comportamento e atitudes.

Descrição da atividade com jornal

            Após a participação de aulas complementares, os alunos irão escrever em forma de notícia algo que presenciaram, gostaram, ou fato ocorrido nessas aulas. A folha será entregue pela professora.
            Serão selecionados alguns alunos para a leitura de sua produção.
            Levantar com os alunos a importância da observação e escuta. Aproveitar o momento e algumas histórias selecionadas para trabalhar como apoio e ponto de referência para reflexão sobre valores.
            Extrair dos alunos exemplos de atos responsáveis e irresponsáveis e como se sentem em relação a cada um. Conversar sobre as diversas responsabilidades dos funcionários da escola e como seria se eles não cumprissem seus deveres.
            Questionar e refletir sobre quais seriam as responsabilidades, isto é, as respostas que se esperam dos alunos e quais as consequências para a escola do não cumprimento das mesmas.

A importância do Feedback

            O Feedback é uma discussão em grupo ou de toda classe, conduzida e guiada pelo professor,  para extrair aquilo que aconteceu durante as atividades. O Feedback é para que as crianças vejam mais claramente o que elas acabaram de fazer. Mesmo a menor tarefa, quando valorizada, se torna uma fonte de crescimento e realizações para a criança.
            O objetivo é fazer com que as crianças representem novamente as atividades em suas mentes e então deem uma descrição disto. Isso envolve a identificação com o que foi feito e a habilidade de encontrar as palavras para descrevê-lo. E é esse recontar da atividade que começa a criar a necessidade para palavras e conceitos de técnicas, atitudes a ações de interação.

Produto final:
- Portfólio das notícias;
- Registro das frases nos murais;
- Registros pessoais da experiência;
- Fotos;
- Autoavaliação do processo;
- Contribuições;
- Entrevistas com os pais jornalistas (já foram agendadas para o mês de agosto) das alunas Isabela e Clara Marcolin.
- Infoeducação: livros selecionados com histórias relacionadas aos temas trabalhados;
- Informática: Confecção de um jornal virtual;

Bibliografia

Beleza interior. São Paulo: Ed. Gente, 1993.
A arte da vida. São Paulo: Ed. Gente, 1993.
Vivendo Valores – Um manual. São Paulo: Brahma Kumaris, 1995.



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