“Não se pode
ensinar nada a um homem; só é possível
ajudá-lo a
encontrar a coisa dentro de si.”
(Galileu
Galilei)
Texto
Reflexivo e Proposta de Projeto
Mais
um bimestre aconteceu e com ele muitas conquistas e vitórias.
Passado
o período de adaptação conseguimos formar “uma cara” nossa: o perfil do 4º ano. Alunos falantes,
irrequietos, porém, interessados em saber sempre mais.
Em
relação à aprendizagem, acredito que estão realizando com maior autonomia suas
lições e desafios; inclusive esse foi o relato de muitos pais nas reuniões
individuais.
Estão
crescendo no saber!
Neste bimestre, porém, algo me
intriga: a disciplina dos alunos e a postura nas aulas dos especialistas e com
os próprios colegas de sala. Muitos são meus questionamentos: Por que obedecem
mais ao meu comando? Por que ainda precisam de um mediador para entender a
importância da escuta? Será o horário de nossas aulas, geralmente as últimas, o
causador da indisciplina? A sala com pouco espaço?
É
chegada a hora de agir! E para isso vou desenvolver um projeto com valores, que
será construído juntamente com alunos para prepará-los a participar completa e
livremente nas decisões que afetam sua maneira de viver.
“Planos
educacionais constituem um meio para fortalecer a formação das crianças e
adultos em aplicar os valores éticos em suas vidas; a questão é como tais
valores podem ser integrados e implementados. Para tal, é essencial o
reconhecimento de valores básicos universais como amor, respeito, cooperação
dentre tantos outros e o entendimento de que estas qualidades podem ser
aprendidas e fortalecidas.”
Por
que viver valores?
Os valores motivam o
comportamento à atividade humana. São fontes de energia que mantém a
autoconfiança e a objetividade. Hoje, na maioria dos países, os povos são
influenciados pela ideologia materialista que cria uma cultura de acúmulo,
posse, egoísmo e ganância. Consequência: os valores autênticos perdem o brilho
da verdade e a força para sustentar e preservar uma cultura digna do ser
humano. Essa distorção de princípios é uma das causas da crise em que vivemos
no mundo moderno, marcado pela inquietação, insegurança e, obviamente, ausência
de paz.
A
violência, os comportamentos negativos, estimulados pelos meios de comunicação,
a desagregação da família, as desigualdades sociais são alguns dos resultados
visíveis de uma época contaminada pela inversão de valores.
Este
quadro indica a necessidade de reformarmos nosso comportamento e, para que isso
aconteça, temos que resgatar os momentos de verdade e harmonia.
A
família, os amigos, a mídia e fontes diversas transmitem informações
contraditórias, apresentando às crianças e aos jovens um mundo fragmentado e
desolado. Dentro desse contexto, as instituições de ensino enfrentam grandes
dificuldades, na tarefa de orientar seus alunos e ajudá-los a reunir as peças
desse imenso quebra-cabeças. Não parece claro o meio de fornecer os elementos
unificadores.
O
colégio é, hoje, o local onde se aprende cada vez mais sobre o universo físico,
e muito pouco sobre o mundo interior e subjetivo. Com a crescente
informatização, a tendência é aumentar o conteúdo informativo, em detrimento
do formativo, o que é um fator preocupante, pois se constata que essa é a
principal função da escola.
Com
a inclusão do estudo de valores, de maneira formal e informal, haverá tempo
para este trabalho de grande alcance. É o passo inicial do autoconhecimento,
que conduzirá à transformação para melhoria dos relacionamentos em todos os
níveis, tornando as aulas mais atrativas e a escola um rico laboratório de
vivências positivas, onde crianças e jovens se desenvolverão à luz dos
pensamentos e bons sentimentos.
A
conquista da auto-estima é o resultado natural deste laboratório cotidiano.
Assim, os desvios de personalidade que se encontram arraigados na maioria das
pessoas, podem encontrar seu caminho de retorno dando a elas um significado
maior para a existência.
Uma
regra de ouro – Realçar o acerto
Ao focalizar as negatividades,
repetidamente, as aulas se tornam comuns e cansativas. Por isto, uma regra de
grande ajuda é destacar sempre os valores positivos apresentados em classe.
Falar
muito sobre algo ruim, mesmo que para corrigir, acaba tendo efeito de reforço.
Por exemplo: quando uma criança faz algo errado, em vez de dirigir-se a ela
publicamente, evidenciando seu erro, dirija-se a outra que esteja certa e chame
a atenção do grupo para ela. Geralmente, o objetivo da travessura é chamar a
atenção para si, e, com este tipo de atitude, o jogo não só se desfaz como
também se inverte. Isto não significa que o professor deva ficar omisso em
relação ao erro. Em alguns casos, se a criança não conseguir por si só reverter
o processo, outro método é de dar a ela destaque; mas não pelo erro, e sim por
algo positivo de sua personalidade, desvalorizando a transgressão.
Deve ficar claro para professor e aluno que
o ruim são as negatividades, e não as pessoas. É importante que a criança se
sinta amada no momento da correção; isto a ajudará também a se libertar dos
seus erros.
A partir de certa idade
a criança pode e deve avaliar conscientemente seus atos e corrigi-los, se for
encaminhada para isto. Esta prática de autoavaliação permitirá que a criança
perceba seu desempenho nas atividades escolares, tornando-se assim, mais
participativa no processo da aprendizagem.
A
origem etimológica da palavra educar é colocar para fora. Pôr para fora, nada
mais é do que, o exercício do despertar das qualidades, valores originais do
ser, bem como a criação do ambiente propício para seu desenvolvimento.
Sempre
que houver tempo, atenção especial deverá ser dada a cada criança
individualmente. Se não há proximidade pessoal, o laço afetivo é fraco e sem
afetividade a criança não responde bem às propostas. Na sala de aula, uma palavra,
um gesto de atenção e preocupação do professor com o bem – estar do aluno são
muito eficientes. É uma postura interna que virá da percepção do valor de cada
criança e de sua beleza interior.
Atividades:
·
Expor o projeto e explicar como será trabalhado;
·
Assistir ao vídeo “A era do gelo”. Um filme que
aborda muito bem a amizade, o companheirismo, a honestidade e a ajuda ao
próximo;
·
Criação e slogans ou frases sugestivas por
crianças e professores que, depois de selecionados, podem ser lidos e comentados
com a turma;
·
Algumas histórias selecionadas de conto de
fadas, histórias verídicas, notícias de
jornal etc, podem ser trabalhadas como apoio e ponto de referência para a
reflexão sobre valor;
·
Todos os fatos que as crianças trouxerem para a
sala de aula, fatos que ocorrerem na escola, na própria sala, nas suas casas ou
na comunidade, deverão ser apresentados como fontes de aprendizado na área dos
valores;
·
Músicas que falem do tema podem ser ouvidas,
cantadas ou criadas com alunos. As letras também podem ser exploradas;
·
Questionário para as crianças entrevistarem
familiares ou pessoas da comunidade, de forma a saberem a visão de outras
pessoas com relação a um valor específico. Aproveitando a chance para despertar
o interesse do entrevistado também.
·
Avaliar semanalmente a evolução do projeto,
verificar se houve progressos, se não houve quais os motivos;
·
Realizar dinâmicas, trabalhando reflexão e
conscientização de valores, comportamento e atitudes.
Descrição
da atividade com jornal
Após
a participação de aulas complementares, os alunos irão escrever em forma de
notícia algo que presenciaram, gostaram, ou fato ocorrido nessas aulas. A folha
será entregue pela professora.
Serão
selecionados alguns alunos para a leitura de sua produção.
Levantar
com os alunos a importância da observação e escuta. Aproveitar o momento e
algumas histórias selecionadas para trabalhar como apoio e ponto de referência
para reflexão sobre valores.
Extrair
dos alunos exemplos de atos responsáveis e irresponsáveis e como se sentem em
relação a cada um. Conversar sobre as diversas responsabilidades dos
funcionários da escola e como seria se eles não cumprissem seus deveres.
Questionar
e refletir sobre quais seriam as responsabilidades, isto é, as respostas que se
esperam dos alunos e quais as consequências para a escola do não cumprimento
das mesmas.
A
importância do Feedback
O
Feedback é uma discussão em grupo ou
de toda classe, conduzida e guiada pelo professor, para extrair aquilo que aconteceu durante as
atividades. O Feedback é para que as
crianças vejam mais claramente o que elas acabaram de fazer. Mesmo a menor
tarefa, quando valorizada, se torna uma fonte de crescimento e realizações para
a criança.
O
objetivo é fazer com que as crianças representem novamente as atividades em
suas mentes e então deem uma descrição disto. Isso envolve a identificação com
o que foi feito e a habilidade de encontrar as palavras para descrevê-lo. E é
esse recontar da atividade que começa a criar a necessidade para palavras e
conceitos de técnicas, atitudes a ações de interação.
Produto final:
- Portfólio das notícias;
- Registro das frases nos murais;
- Registros pessoais da experiência;
- Fotos;
- Autoavaliação do processo;
- Contribuições;
- Entrevistas com os pais jornalistas (já foram
agendadas para o mês de agosto) das alunas Isabela e Clara Marcolin.
- Infoeducação: livros selecionados com
histórias relacionadas aos temas trabalhados;
- Informática: Confecção de um jornal virtual;
Bibliografia
Beleza interior. São Paulo: Ed. Gente, 1993.
A arte da vida. São Paulo: Ed. Gente, 1993.
Vivendo Valores – Um manual. São Paulo: Brahma
Kumaris, 1995.
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