quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

PROJETO LENDAS URBANAS - 5º ANO EFI

PROJETO LENDAS URBANAS

    Este projeto surgiu em 2014, quando percebi que novamente no 3º bimestre nosso gênero textual seria "Lendas", como havia sido no ano anterior (4º ano). Para não ficar massante e repetitivo, e como já estavam maiores e mais corajosos (rsrsrs), propus que estudássemos lendas urbanas, e eles adoraram.
    Começamos assistindo um vídeo, procurei um que não fosse conhecido da maioria, "A flor do Cemitério". Como é uma produção de TV (do antigo programa do Gugu "Domingo Legal", trata-se de um curta de pouco mais de 14 minutos, eles queriam mais e mais. Mas fomos para sala discutir sobre as características desse gênero. E assim foram os próximos dias, cada dia um vídeo diferente e registro.
    No total assistimos 9 vídeos e nos dividimos em grupos para fazer a reescrita das lendas e compor um livro, escolhemos 6 lendas. Foi muito legal o resultado. Foi de arrepiar!!!

Objetivos:
·         Utilizar a linguagem na escuta e na produção de textos orais que atendam às múltiplas demandas sociais de comunicação e expressão;
·         Identificar características e elementos estruturais para compreender os textos lidos / ouvidos e saber reescrevê-los;
·         Ler e identificar características do gênero lenda; 
·         Compreender as partes de um texto, utilizando regras como início, cenário, tempo, situação – problema, clímax, desfecho;
·         Ler, compreendendo e interpretando o que se lê;
·   Reconhecer as condições de produção e levá-las em consideração na leitura e produção de textos;
·         Assumir posição diante de características, atitudes e ações de personagens;
·  Produzir lendas cuidando da formatação, recuo, pontuação, discurso direto, paragrafação e ortografias adequadas;
·         Reescrever textos, desenvolvendo habilidades, consciência de leitor e revisor;
·  Apropriar-se das regularidades e irregularidades linguísticas e utilizar esses conhecimentos em situações de interação;
·     Reconhecer e refletir sobre o sistema ortográfico, compreender as regularidades ortográficas e memorizar as irregularidades e minimizar os erros;
·     Apropriar-se de conceitos relativos às classes gramaticais e suas flexões e utilizá-los, percebendo a função que representam nos textos.

    COMPETÊNCIAS
Aprendizagem do Sistema de Escrita Alfabética
- Segmentar o texto em parágrafos, em decorrência das restrições impostas pelos gêneros;
- Empregar a vírgula para isolar inversões e intercalações no interior das frases.
- Pontuar corretamente passagens de discurso direto, em razão das restrições impostas pelos gêneros;
- Respeitar as regularidades contextuais;
- Respeitar as regularidades morfológicas;
- Acentuar corretamente as palavras, em vista da oposição entre oxítona, paroxítona e proparoxítona;
- Aplicar a regra geral de concordância verbal e nominal;
- Formatar graficamente o texto.

HABILIDADES:

·   Relacionar a lenda/mito à situação comunicativa e ao suporte em que circula originalmente;
·         Estabelecer conexões entre o texto e os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores;
·       Estabelecer a relação entre o título e o corpo do texto ou entre as imagens ( fotos, ilustrações) e o corpo do texto;
·    Inferir o sentido de palavras ou expressões a partir do contexto ou selecionar a acepção mais adequada em verbete de dicionário ou de enciclopédia;
·         Reconhecer os temas subjacentes às lendas e mitos (o Universo, o mundo, a vida);
·         Descrever personagens e identificar o ponto de vista do narrador, reconhecendo suas funções na narrativa;
·         Articular os episódios em sequência temporal e caracterizar o espaço onde ocorrem os eventos narrados;
·         Identificar o conflito gerador;
·         Reescrever lendas e mitos conhecidos, levando em conta o gênero e o seu contexto de produção;
·         Revisar e editar o texto, focalizando os aspectos estudados na análise e reflexão sobre a língua e a linguagem;
·         Identificar, com o auxílio do professor, possíveis elementos da organização interna da lenda e mito: situação inicial, desenvolvimento da ação, situação final;
·         Distinguir fala de personagem do enunciado do narrador para compreender alguns de seus usos;
·         Examinar o uso dos verbos do dizer para introduzir a fala das personagens.
·         Examinar o uso dos tempos verbais;
·         Ouvir com atenção lendas e mitos de diferentes origens lidos ou contados, estabelecendo conexões com os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores;
·         Recontar lendas e mitos, apropriando-se das características do texto-fonte;
·       Dramatizar lenda ou mito.

CONTEÚDOS CONCEITUAIS

Leitura
  • Gênero textuaL - Lenda
  • Escrita
  • Gênero textuaL: Lenda
  • Verbos e concordância verbal
  • Coerência e coesão textual.
  • Pontuação
  • Ortografia (de acordo com a necessidade da turma)
CONTEÚDOS PROCEDIMENTAIS:

·      Aplicar a lenda à situação comunicativa e ao suporte em que circula originalmente;
·    Estabelecer conexões entre o texto e os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores;
·       Estabelecer a relação entre o título e o corpo do texto ou entre as imagens (fotos, ilustrações) e o corpo do texto;
·        Recuperar informações explícitas e implícitas;
·          Inferir o sentido de palavras ou expressões a partir do contexto ou selecionar a acepção mais adequada em verbete de dicionário ou de enciclopédia;
·      Descrever personagens e identificar o ponto de vista do narrador, reconhecendo suas funções na narrativa;
·      Articular os episódios em sequência temporal e caracterizar o espaço onde ocorrem os eventos narrados;
·      Reescrever lendas conhecidas e produzir lendas, levando em conta o gênero e o seu contexto de produção;
·      Revisar e editar o texto, focalizando os aspectos estudados na análise e reflexão sobre a língua e a linguagem;
·      Identificar, com o auxílio do professor, possíveis elementos da organização interna da lenda: situação inicial, desenvolvimento da ação, situação final;
·      Distinguir fala de personagem do enunciado do narrador para compreender alguns de seus usos;
·      Examinar o uso dos verbos do dizer para introduzir a fala das personagens;
·      Examinar o uso dos tempos verbais;
·      Ouvir com atenção lendas de diferentes origens lidos ou contados, estabelecendo conexões com os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores;
·      Recontar lendas, apropriando-se das características do texto-fonte.

CONTEÚDOS ATITUDINAIS:
  • Respeitar a sua vez de falar.
  • Respeitar as diferentes formas de expressão.
  • Valorizar a leitura como fonte de prazer e conhecimento
  • Ter autonomia e criticidade crescentes nas produções escritas.
  • Valorizar a pesquisa como fonte de conhecimento e aprendizagem.
  • Exercitar a cidadania por meio do domínio da língua formal.
  • Valorizar o uso constante do dicionário.
  • Respeitar a produção própria e alheia.
  • Ter iniciativa e autonomia para ler mesmo não convencionalmente.

LENDAS ASSISTIDAS:

"A FLOR DO CEMITÉRIO" (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6Ee4lWjYIKI)
"A LOIRA DO BANHEIRO" (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lY4D1tfxz1Y)
"O CARONA DO ALÉM"  (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4R65FbNrOww)
"O FANTASMA DA LOJA DE BRINQUEDOS"  (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=X1JVspnZoc0)
"O LADRÃO DE ÓRGÃOS"  (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OHOykVMmxRA) 
"O MENINO ROMÃOZINHO"  (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=u2wEjvHmdNc)
"A MENINA DAS FLORES"  (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MymmBHp5LaM)
"O GUARDIÃO DO CEMITÉRIO"  (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vyamkpioYaY)
"CASTELO DO TERROR"  (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4-8rj4xxpbg)
"A COLEÇÃO DE BONECAS"  (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PBmSq05zZ9E)

PARA O LIVRO ESCOLHEMOS AS LENDAS:

"A FLOR DO CEMITÉRIO"
"A LOIRA DO BANHEIRO"
"O CARONA DO ALÉM" 
"O FANTASMA DA LOJA DE BRINQUEDOS"
"O LADRÃO DE ÓRGÃOS" 
"O MENINO ROMÃOZINHO" 

ESCRITA DOS ALUNOS (DIGITADA NA AULA DE INFORMÁTICA PARA CONFECÇÃO DO LIVRO); (TODAS AS LENDAS TÊM IMAGENS DESENHADAS PELOS ALUNOS)

A FLOR DO CEMITÉRIO:

Ângela tem 12 anos e gosta de estudar no cemitério porque acha que é o lugar mais calmo que conhece.
            Um dia, indo embora do cemitério, Ângela avistou em um túmulo uma flor lindíssima que lhe chamou a atenção. Ângela queria pegar a flor para ela. Quando esticou o braço para pegar a flor, seu amigo Ricardo chegou assustando-a e fazendo com que se esquecesse da flor.
            Chegando em casa, seu pai ficou zangado com ela porque sua irmã contou que ela não havia ido à escola e estava no cemitério. O pai, achava que isso era influência de Ricardo e proibiu a amizade dos dois.
            No dia seguinte, Ângela conversou com o amigo, que ficou triste, mas compreendeu.
            Como de costume, Ângela foi estudar no cemitério. Eis que avistou “aquela flor” novamente e desta vez, pegou-a e colocou-a dentro do caderno e foi embora.
            De madrugada, telefonemas misteriosos acordaram a família de Ângela, porém quando os pais dela atendiam, ninguém falava nada, ficava mudo. O pai desconfiou que fosse uma brincadeira de mau gosto do amigo de Ângela, Ricardo.
            Ângela contou para o amigo que negou ter feito os telefonemas.
            Durante dias o telefone tocava e ninguém falava nada. Só quando Ângela atendia uma voz assustadora dizia:
            -Devolve a minha flor!
            Um dia, chegando da escola Ângela encontrou seu quarto todo bagunçado, como se alguém procurasse algo, no espelho havia uma mensagem escrita com batom:
“Devolva a minha flor”.
            Ângela correu e ligou para sua amiga Celinha contando os fatos.

Seus pais, preocupados, decidiram revistar o quarto de Ângela, para ver se achava alguma pista do comportamento estranho da filha. O pai encontrou a flor e achou que era um presente de Ricardo jogando fora pela janela.
Os amigos de Ângela aconselharam-na a devolver a flor no túmulo.
Ângela foi pegar a flor para devolver e não achou. Correu para sala onde seus pais estavam e perguntou-lhes:
-Vocês mexeram no meu quarto?
-Sim fui eu – diz o pai bravo – e já vou te avisando que eu joguei fora aquela florzinha que você ganhou do seu amiguinho!
-Onde você jogou pai?
-Não sei, não sei!
-E agora? Isso nunca vai acabar!
O telefone toca, Ângela atende:
-Alô!
-Devolve a minha flor!
-Para com isso!
-Devolve a minha flor!
-Eu estou enlouquecendo, para com isso!
-Devolve a minha flor!
O pai de Ângela pega o telefone e fica mudo.
Ângela sai correndo e gritando. Sua mãe a leva para o quarto e tenta acalmá-la. Preocupados, os pais decidem interna-la numa clínica psiquiátrica.
O psiquiatra faz uma visita aos pais para conversar sobre o comportamento de Ângela. Seus amigos, Ricardo e Celinha também participam. O médico comentou que Ângela sempre repetia a mesma frase:
-“Encontrem a flor e devolvam para a dona”. Isso faz algum sentido para vocês?
-Sim, diga a ela que eu vou resolver isso – disse Ricardo.
E Ricardo sai à procura da flor. Encontrou-a jogada no chão do quintal e correu para o cemitério para devolvê-la.
Essa é a lenda urbana da menina que enlouqueceu por causa de uma flor, portanto, se algum dia você estiver passando pelo lugar onde os mortos descansam, nunca pegue “a flor do cemitério”.

A LOIRA DO BANHEIRO

Verônica, uma menina de 15 anos, muito bonita, de longos cabelos loiros, sempre planejava maneiras de matar aula, pois não gostava de estudar, dizia que seria uma modelo famosa, conheceria um homem muito rico e com ele iria se casar, por isso, não precisava estudar. Uma das estratégias de Verônica para cabular aula era ficar escondida no banheiro esperando o tempo passar. Verônica tentava fazer a cabeça das amigas, que não seguiam seus conselhos às avessas e iam para aula.
            Verônica era muito vaidosa e um dia, no banheiro, como de costume, estava se penteando e se maquinado frente ao espelho.
O banheiro estava molhado e então, um terrível acidente aconteceu: Verônica escorregou e caiu. Bateu a cabeça no chão e ficou desacordada. Ficou em coma e pouco tempo depois veio a falecer. Já no necrotério, o corpo estava pronto para o enterro, mas o espírito de Verônica vaga pela sala, então ela se vê ali, pronta para seu velório. A menina não se conforma com seu fim trágico e prematuro. Sua alma não quis descansar em paz e passou então, a assombrar os banheiros das escolas.
Muitos alunos juram que já viram a “loira do banheiro”, muito pálida e com algodão no nariz para evitar que o sangue escorra; basta cabular aula e se esconder no banheiro, lá dentro, xingue, fale palavrões e em seguida dê descarga três vezes e ela aparecerá. Você duvida? Eu não faria isso.

O CARONA DO ALÉM

Michele é gerente numa loja de departamentos e em suas férias, decidiu viajar sozinha de carro para conhecer vários estados.
Em um dos estados, o pneu furou, o carro derrapou e saiu da pista, Michele não se feriu e ligou para o mecânico.
Quando terminou o serviço, o mecânico comentou:
-A moça disse que estava a quantos quilômetros por hora mesmo?
-130, 140...
-Nossa, com essa chuva! Você foi protegida por anjos! Caso contrário, ao invés de chamar um mecânico deveria chamar um carro funerário! Vamos, me acompanhe até a oficina para eu colocar um pneu novo.
Quando entrou no carro para seguir o mecânico, Michele viu um homem estranho com cicatrizes no rosto, muito sério, pedindo carona, se assustou, fechou os vidros assustada e acelerou.
O mecânico trocou o pneu step por um novo e estava fazendo a nota fiscal, quando Michele viu novamente aquele homem estranho pedindo carona. Perguntou para o mecânico:
-Você conhece aquele homem estranho pedindo carona?
-Quem? Onde?
-Ali!
O homem havia desaparecido.
-Ele estava bem ali! Bom, deixa pra lá... Quanto te devo?
-R$ 140,00.
-Bem mais barato que um funeral, né?
E Michele sai dirigindo seu carro pela estrada. Após andar mais ou menos 60 km, eis que novamente, na beira da estrada, o estranho homem acenava para Michele pedindo carona. Michele passava reto, cada vez mais assustada. E assim foi por quilômetros e quilômetros. Michele dirigiu dois dias e duas noites, atravessou dois estados, sem notar a paisagem. A estrada agora não era mais um caminho, mas sim, uma rota de fuga para Michele.
Michele resolveu mudar de estrada, para ver se despistava o estranho. A gasolina acabou e o carro parou, no escuro, no meio do nada. Michele avistou uma casa e correu para pedir ajuda. O morador não abriu a porta, por já ser tarde da noite e pediu que Michele voltasse pela manhã. Michele batia na janela do homem desesperada, enquanto atrás dela, por trás das árvores, o estranho homem a observava. Então uma mão surge no ombro de Michele e ela grita. Quando virou, viu que era um homem com farda da Marinha.
-Oi moça, tudo bem?
-Quem é você?
-Sou um oficial da Marinha, estou vindo da minha licença, precisava de uma carona...
-Você quer uma carona? Eu posso te dar uma carona – disse Michele eufórica. Mas minha gasolina acabou.
-Espere que já vou resolver isso!
E bate na porta do dono da casa dizendo que é oficial da Marinha e precisa de gasolina. O homem atende prontamente e consegue a gasolina para eles que seguem viagem.
Na estrada, Michele vê o carona novamente e tenta jogar o carro em cima dele. O rapaz se assusta:
-O que você está fazendo?
-Você não viu? Aquele homem na beira da estrada?
-Não, não vi ninguém!
O carona surge novamente, Michele joga o carro, derrapando.
-O que você está fazendo?
-Eu quero matar ele!
-Pare esse carro agora que eu vu descer, você é maluca.
Michele para o carro e o oficial desce.
-Por favor, não me deixa sozinha! Por favor! Eu vou ficar louca!
Michele decidiu então, ligar para sua mãe, não ligou antes poruqe não queria deixá-la preocupada, mas agora, achando que estava enlouquecendo, ligou para pedir ajuda.
-Alô, mãe?
-Residência da Família Alencar!
-Quem está falando.
-Valquíria.
-Valquíria, quem é Valquíria?
-Sou a nova governanta, em que posso ajudar?
-Eu quero falar com a Dona Rose Alencar.
-Ela ainda está internada no hospital.
-Internada, como assim? O que aconteceu?
-Foi há três dias, quando sua filha Michele se acidentou na estrada, o carro derrapou, o pneu estourou e ela faleceu. D. Rose está internada em estado de choque.
Michele desliga o celular e caminha até o carro, entra e logo vê o carona estranho surgir sentado no banco de trás. Michele ficou paralisada, enquanto o carona falava calmamente:
-Você entendeu agora Michele, que estamos indo para o mesmo lugar?
Essa é a lenda urbana do caro do além. O carona estranho não era uma assombração, nem queria matar Michele, era a própria personificação da morte, esperando pacientemente que Michele compreendesse que já estava morta há algum tempo.

O FANTASMA DA LOJA DE BRINQUEDOS

Ligia é dona de uma loja de brinquedos que herdou da família. A loja estava muito movimentada, pois faltavam poucos dias para o Natal. Ligia encomendou mais brinquedos para essa data e pediu que o marceneiro fizesse mais prateleiras no estoque para os brinquedos que iam chegar. Ela foi conferir o trabalho do marceneiro que garantiu terminar o serviço ainda naquele dia.
            Sr João, o marceneiro, trabalhava há anos para a família, estava medindo a parede para fixar a primeira prateleira e percebeu que a parede estava oca, quando martelou o prego, se certificou que realmente a parede estava oca, e pelo olhou através do buraco feito. Foi quando, de dentro da parede avistou um fantasma, uma menina fantasma, que vinha caminhando em sua direção e saiu pela parede. O marceneiro gritou e caiu em choque no chão diante da assombração.
            Ligia ligou para a ambulância que levou o marceneiro em choque, ao sair da loja na maca, Sr João falava sem parar:
            - Eu vi, D. Ligia, era um fantasma, saiu da parede! É ela, é ela! Pergunte para sua vó, ela sabe toda a história.
            Os paramédicos levaram o marceneiro e Ligia foi até o estoque conferir. Olhou para a parede e nada encontrou. Nem mesmo a martelada, estava intacta. Decidiu não falar nada com as vó, achando que era só uma impressão, um delírio do marceneiro.
            No dia seguinte, a loja abriu normalmente e coisas estranhas começaram a acontecer. Uma cliente estava com várias brinquedos na mão, e ainda queria pegar mais, pensou:
            -Puxa, eu deveria ter pego uma cestinha!
            Eis que do nada, se arrastando no chão surge uma cestinha vazia em sua frente:
            -Nossa, de onde veio isso?
            A menina fantasma surge em sua frente:
            -Eu quero a minha boneca!
            A mulher sai correndo da loja gritando.
            Um garoto olhava uns robôs se mexendo sozinhos na prateleira. Foi pegá-los e levou um choque e o robô cai no chão. A mãe ouviu seu grito e veio ver o que tinha acontecido. O menino relata o ocorrido, quando no chão o robô começa se mexer e surge a menina fantasma:
            -Eu quero a minha boneca!
            Mãe e filho saem correndo e gritando da loja. E assim foi o dia na loja, muito estranho.
            No final do dia, enquanto Ligia fechava o caixa, comentou com seus funcionários, Rosa e Rogério, que o movimento tinha sido muito bom, apesar de coisas estranhas terem acontecido, como aquelas pessoas que saíram correndo. Os funcionários foram repor  o estoque. Rogério colocava os brinquedos na prateleira e quando abaixava para pegar mais brinquedos na caixa, o que já havia colocado, caia em sua cabeça. Rogério achou estranho, mas colocou o brinquedo novamente na prateleira. Caiu outra vez. Rogério foi verificar se a prateleira estava desnivelada, mas não. Quando escutam o grito de Rosa no estoque. Os dois, Ligia e Rogério correm para lá e veem Rosa aos prantos apontando para vários robôs funcionando e rodando sozinhos no chão. Rogério pega um deles para tirar a pilha e leva um choque, jogando o brinquedo no chão. Eis que de dentro da parede surge a menina fantasma:
            -Eu quero a minha boneca! Eu quero a minha boneca!
Os três saem correndo e gritando.
No dia seguinte, Ligia vai até a casa de sua avó e contou todos os fatos estranhos da loja desde o choque do marceneiro Sr João.
- Ah! A Clara!
-Quem é Clara, vovó?
-Ah, essa história aconteceu há muito tempo, deixa pra lá...
-Não vovó, me conte por favor, preciso saber!
-Clara era minha irmã mais nova. Há mais ou menos 50 anos, nossa família já tinha a loja de brinquedos e estava próximo do Natal, Clara queria uma boneca que tinha na loja, mas nossa mãe negou, disse que ela não merecia. Clara caiu numa tristeza profunda e desapareceu! Ficamos procurando por ela com ajuda da polícia desesperados. Uma semana depois as roupas dela foram encontradas no estoque da loja junto da boneca. Seu corpo nunca foi encontrado.
-Como era essa boneca vó?
-Ah, era uma linda boneca! Mas já não fabricam há muito tempo.
-Descreve a boneca pra mim, vó, acho que eu sei como acabar com isso.
-Era uma boneca loira, com os cabelos cacheados, vestido azul claro, de porcelana...
Ligia voltou para casa e depois de horas procurando pela boneca na internet, encontrou um exemplar de um colecionador.
No dia 23 de dezembro chega pelos Correios  a boneca encomendada por Ligia. No dia seguinte, véspera de Natal, a loja estava fechada. Ligia vai até lá, sozinha, com a boneca em mãos. Clara surge em sua frente:
-Clara, não posso corrigir os erros dos meus antepassados, mas aceite a boneca de coração.
Clara pegou a boneca e aos poucos aquela imagem assustadora foi desaparecendo, dando lugar à imagem de uma menina de mais ou menos 8 anos, bonita, sorridente.
-Obrigada! Você fez por mim o que minha mãe não fez. Eu estava presa a um sentimento ruim e você me libertou, agora posso descansar em paz. Feliz Natal!
-Feliz Natal Clara. Vá em paz!
Essa é a lenda do fantasma da loja de brinquedos. A vontade de Ligia em encontrar uma boneca para dar paz ao espírito de Clara e o arrependimento dela pelas maldades que fazia na loja, mostram que o amor, a tolerância e a compaixão são sentimentos que devem ser compartilhados por todos e ainda mais, são os sentimentos que representam o verdadeiro espírito de Natal.

O LADRÃO DE ÓRGÃOS

A internet mudou radicalmente os hábitos de milhares de pessoas ao redor do mundo todo. Hoje é possível entrar na rede para mandar mensagens, fazer transações bancárias, pesquisas, compras, uma infinidade de coisas, é possível, inclusive, jogar vídeo game com adversários que estão a quilômetros de distância. Muita gente faz amigos pela internet, é uma prática comum, mas muito arriscada, porque na maioria das vezes não sabemos que tipo de pessoa está falando com a gente do outro lado. Por isso, se você gosta de amizades virtuais, cuidado para não ser a próxima vítima do... Ladrão de órgãos!
            Um garoto de mais ou menos 10 anos, chamado Leandro, adora jogar vídeo game online e sempre conversava com quem não conhecia pessoalmente:
            -Ah! Não ganho uma de você!
            -É a prática! Um dia você consegue! Sua mãe não briga de você ficar tanto tempo jogando vídeo game?
            -Às vezes, mas hoje ela não está em casa, viajou a trabalho, só volta amanhã.
            -E ela deixou você sozinho?
            -Por quê? Não sou nenhum bebê!
            -Eu sei. Olha só esse link que te mandei, é um jogo que eu projetei.
            -Você projeta jogos? Uau! Mas está demorando a abrir!
            -Demora um pouquinho, porque está em teste, mas não tira os olhos da tela.
            O link que Leandro acessa não é um jogo, na verdade, é um programa desenvolvido pelo “ladrão de órgãos” para capturar suas vítimas. O endereço de Leandro aparece em um mapa na tela do computador do facínora, ao mesmo tempo, a tela hipnótica faz Leandro perder a consciência.
            Com frieza o homem coloca seu material cirúrgico dentro de uma maleta e junto dos materiais cortantes, ele leva também uma pequena geladeira portátil. Agora, o ladrão de órgãos está pronto para atacar.
            Sob o efeito de hipnose, Leandro não percebe quando o ladrão de órgãos invade sua casa e em poucos minutos terá perdido um de seus rins, sua vida nunca mais será como antes.
            No dia seguinte, Leandro acorda numa banheira cheia de cubos de gelo, seu corpo está gelado e ele está quase morrendo de frio, ele foi vítima de uma trama sinistra.
            Na mesma manhã, o policial Donato se despede da família para ir ao trabalho.
            Na delegacia os pais de Leandro estão dando queixa do crime, quando Donato entra na sala do delegado:
            -Bom dia chefe! O que está acontecendo?
            -Bom dia Donato! Mais um caso de roubo de órgãos. Um especialista trabalhando em nossa área, ele não deixa rastro algum, nem digital, nada! O garoto disse que estava jogando vídeo game quando adormeceu.
            -Teve arrombamento?
-Sim, o meliante entrou pela cozinha usando um pé-de-cabra. O computador do garoto já está aí na perícia, vai lá dar uma olhada. Quero você 24 horas nesse caso.
-Sim senhor.
No outro dia, na delegacia, sai o resultado da perícia feita no computador do menino Leandro, Donato e o perito conversam:
-O garoto acessou um link com uma tela hipnótica, com certeza foi a última coisa que viu, para você ter uma ideia do poder dessa hipnose, quando cheguei hoje aqui de manhã, meu assistente estava caído, apagado, hipnotizado porque achou o tal link.
-Não deu nem para descobrir a origem da página?
-Ele é muito esperto, cada vez que você acessa, dá um endereço diferente, a última vez que acessei foi uma cidade da Venezuela.
-Nossa! Isso está cada vez mais complicado.
-E eu acho que é só o começo.
Passa uma semana e Donato vai juntando pistas, mas nenhuma delas apontam para o verdadeiro suspeito e isso assusta cada vez mais os moradores da cidade, pois no meio da semana houve mais um caso, de uma moça de 20 anos.
Até que o ladrão de órgãos comete um erro:
-Donato, houve mais um caso de roubo de órgãos, só que dessa vez o maluco deixou uma pista. Conseguimos rastrear o endereço do facínora.
-Estou indo pra lá agora!
O que Donato não sabe é que o ladrão de órgãos já tem mais uma vítima na mira, sua filha Amanda de 11 anos.
-Então quer dizer que seus pais foram viajar?
-Só minha mãe, meu pai está em casa, mas já vai sair.
-E você não tem medo de ficar sozinha?
-Medo de que?
Toc, toc, toc... batem na porta:
-Amanda, posso entrar?
-Espera aí, é meu pai. Pode entrar pai.
-Oi filha, tudo bem? Está falando com alguém?
-Tudo bem. É um conhecido.
-Cuidado com quem você fala na internet, hein?
-Eu sei pai. Sou filha de policial, pode deixar que eu não dou endereço, telefone, nem digo onde estou.
-Tudo bem eu vou sair, levantaram o endereço de um suspeito e eu vou ter que checar.
-Tudo bem pai, daqui a pouco eu vou dormir.
-Tá bom filha, fica com Deus.
-Te amo pai, se cuida.
-Você também, tchau!
Donato sai e Amanda volta a conversar com o meliante:
-Pronto, ele já foi. Mas por que eu não te vejo?
-Minha webcam quebrou, mas não se preocupe em breve nos veremos.
-Você disse que tinha um link que queria que eu visse...
O ladrão de órgãos manda o link para Amanda e na mesma hora aparece seu endereço na tela; o ladrão sai com seus materiais em sua moto. Por pouco Donato não pegava o ladrão de órgãos em sua casa.
Donato e seu assistente revistam a casa do assassino para encontrar rastros, eis que o assistente encontra o computador do ladrão de órgãos:
-Donato olha só isso, deve ser por esse mapa que ele localiza suas vítimas.
-Deixa eu ver. Mas espera aí, esse é o endereço da minha casa. Minha filha! Amanda está sozinha.
Donato pega o carro e acelera, pois sabe que não tem muito tempo se quiser salvar a vida de sua filha. Cada minuto faz a diferença entre a vida e a morte para Amanda.
Chegando a sua casa, Donato descobre que era tarde demais, Amanda já estava sem um rim dentro de uma banheira cheia de cubos de gelo. E o pior, o ladrão ainda estava na casa e acabou sedando Donato com coliforme e também arrancou seu rim, saindo pela porta da frente normalmente.
Se você costuma usar a internet para conversar com desconhecidos, lembre-se que qualquer hora você pode se tornar mais uma vítima do ladrão de órgãos.

O MENINO ROMÃOZINHO

Romãozinho é um menino de 8 anos, filho de uma dona de casa, Noêmia e de um agricultor, Laércio, o menino já nasceu “mau”. Muito desobediente e malcriado, gostava de brigar e gritar com sua mãe, maltratar os animais e destruir as plantas.
Fazia as piores artes possíveis, pelo simples prazer da maldade. Sua mãe pedia que ele simplesmente levasse a bacia de roupas limpas até próximo o varal, e ele fazia questão de esfregar as roupas no chão. Corria atrás das vacas do pasto, atormentava os vizinhos etc.
 Um dia, sua mãe pediu que levasse o almoço na roça para seu pai.
No meio do caminho, Romãozinho parou e comeu toda a galinha, deixando os ossos misturados com o feijão e o arroz. Quando o pai abriu a marmita:
-Como assim, cadê a carne da galinha?
-A mamãe me mandou trazer isso aí, acho que ela comeu tudo e mandou te trazer só os ossos.
O pai de Romãozinho comeu a comida, sem entender nada e muito triste com a atitude da mulher.
De longe, Romãozinho ria da desgraça do pai.
Laércio chega em casa de cara feia. Noêmia questiona o marido:
-O que aconteceu? Que cara é essa?
-Você comer toda a galinha, tudo bem, mas me mandar os ossos?
-Do que você está falando eu não comi nada, olha aqui na panela.
Laércio vê na panela que ainda tem bastante galinha e compreende que foi mais uma malcriação de Romãozinho. Quando vai arás dele no quintal, vê que o filho ria da briga do casal, mas era um riso assustador, uma gargalhada maligna.
-Vem aqui moleque, agora você não escapa de uma surra.
Eis que dá um clarão, Romãozinho vai ficando vermelho e sua gargalhada cada vez mais forte e assustadora. Ao ver a cena, Laércio tem um infarto e cai morto ali mesmo no quintal. A esposa sai correndo e encontra o marido morto, caído no chão e Romãozinho gargalhando cada vez mais alto, vermelho. Noêmia também sente um aperto no peito, mas antes de morrer, jogou uma praga em cima do garoto:
-Romãozinho, você não morrerá nunca. Não conhecerá nem o céu, nem o inferno. Não morrerá enquanto houver um ser vivente na Terra.
Romãozinho riu ante a maldição e desapareceu. Desde então, o menino nunca cresceu, anda pelas estradas e faz travessuras: quebra telhas, assusta as pessoas, destrói plantas e tortura os animais.
Essa é a lenda do Romãozinho, muitos acreditam que o menino se aproxima de crianças vândalas e menores infratores, que influenciados pelo moleque, fazem as piores crueldades pelo mundo afora. Dizem que o Romãozinho só é visto em rápidas aparições e às vezes na forma de uma tocha de fogo assombrando as pessoas.

  

0 comentários:

Postar um comentário

 

Professora Amanda © 2008. Design By: SkinCorner