PROJETO LENDAS URBANAS
Este projeto surgiu em 2014, quando percebi que novamente no 3º bimestre nosso gênero textual seria "Lendas", como havia sido no ano anterior (4º ano). Para não ficar massante e repetitivo, e como já estavam maiores e mais corajosos (rsrsrs), propus que estudássemos lendas urbanas, e eles adoraram.
Começamos assistindo um vídeo, procurei um que não fosse conhecido da maioria, "A flor do Cemitério". Como é uma produção de TV (do antigo programa do Gugu "Domingo Legal", trata-se de um curta de pouco mais de 14 minutos, eles queriam mais e mais. Mas fomos para sala discutir sobre as características desse gênero. E assim foram os próximos dias, cada dia um vídeo diferente e registro.
No total assistimos 9 vídeos e nos dividimos em grupos para fazer a reescrita das lendas e compor um livro, escolhemos 6 lendas. Foi muito legal o resultado. Foi de arrepiar!!!
Objetivos:
·
Utilizar
a linguagem na escuta e na produção de textos orais que atendam às múltiplas
demandas sociais de comunicação e expressão;
·
Identificar
características e elementos estruturais para compreender os textos lidos /
ouvidos e saber reescrevê-los;
·
Ler
e identificar características do gênero lenda;
·
Compreender
as partes de um texto, utilizando regras como início, cenário, tempo, situação
– problema, clímax, desfecho;
·
Ler,
compreendendo e interpretando o que se lê;
· Reconhecer
as condições de produção e levá-las em consideração na leitura e produção de
textos;
· Assumir
posição diante de características, atitudes e ações de personagens;
· Produzir lendas cuidando da formatação, recuo,
pontuação, discurso direto, paragrafação e ortografias adequadas;
·
Reescrever
textos, desenvolvendo habilidades, consciência de leitor e revisor;
· Apropriar-se
das regularidades e irregularidades linguísticas e utilizar esses conhecimentos
em situações de interação;
· Reconhecer
e refletir sobre o sistema ortográfico, compreender as regularidades
ortográficas e memorizar as irregularidades e minimizar os erros;
· Apropriar-se de conceitos relativos às classes
gramaticais e suas flexões e utilizá-los, percebendo a função que representam
nos textos.
COMPETÊNCIAS
Aprendizagem do Sistema de
Escrita Alfabética
- Segmentar
o texto em parágrafos, em decorrência das restrições impostas pelos gêneros;
- Empregar
a vírgula para isolar inversões e intercalações no interior das frases.
- Pontuar
corretamente passagens de discurso direto, em razão das restrições impostas
pelos gêneros;
- Respeitar
as regularidades contextuais;
- Respeitar
as regularidades morfológicas;
- Acentuar
corretamente as palavras, em vista da oposição entre oxítona, paroxítona e
proparoxítona;
- Aplicar
a regra geral de concordância verbal e nominal;
- Formatar
graficamente o texto.
HABILIDADES:
· Relacionar
a lenda/mito à situação comunicativa e ao suporte em que circula originalmente;
·
Estabelecer
conexões entre o texto e os conhecimentos prévios, vivências, crenças e
valores;
· Estabelecer
a relação entre o título e o corpo do texto ou entre as imagens ( fotos,
ilustrações) e o corpo do texto;
· Inferir
o sentido de palavras ou expressões a partir do contexto ou selecionar a
acepção mais adequada em verbete de dicionário ou de enciclopédia;
·
Reconhecer
os temas subjacentes às lendas e mitos (o Universo, o mundo, a vida);
·
Descrever
personagens e identificar o ponto de vista do narrador, reconhecendo suas
funções na narrativa;
·
Articular
os episódios em sequência temporal e caracterizar o espaço onde ocorrem os
eventos narrados;
·
Identificar
o conflito gerador;
·
Reescrever
lendas e mitos conhecidos, levando em conta o gênero e o seu contexto de
produção;
·
Revisar
e editar o texto, focalizando os aspectos estudados na análise e reflexão sobre
a língua e a linguagem;
·
Identificar,
com o auxílio do professor, possíveis elementos da organização interna da lenda
e mito: situação inicial, desenvolvimento da ação, situação final;
·
Distinguir
fala de personagem do enunciado do narrador para compreender alguns de seus
usos;
·
Examinar
o uso dos verbos do dizer para introduzir a fala das personagens.
·
Examinar
o uso dos tempos verbais;
·
Ouvir
com atenção lendas e mitos de diferentes origens lidos ou contados,
estabelecendo conexões com os conhecimentos prévios, vivências, crenças e
valores;
·
Recontar
lendas e mitos, apropriando-se das características do texto-fonte;
· Dramatizar lenda ou mito.
CONTEÚDOS CONCEITUAIS
Leitura
- Gênero textuaL - Lenda
- Escrita
- Gênero textuaL: Lenda
- Verbos e concordância verbal
- Coerência e coesão textual.
- Pontuação
- Ortografia (de acordo com a necessidade da turma)
CONTEÚDOS PROCEDIMENTAIS:
·
Aplicar
a lenda à situação comunicativa e ao suporte em que circula
originalmente;
· Estabelecer
conexões entre o texto e os conhecimentos prévios, vivências, crenças e
valores;
·
Estabelecer
a relação entre o título e o corpo do texto ou entre as imagens (fotos, ilustrações)
e o corpo do texto;
·
Recuperar informações explícitas e implícitas;
·
Inferir
o sentido de palavras ou expressões a partir do contexto ou selecionar a
acepção mais adequada em verbete de dicionário ou de enciclopédia;
·
Descrever
personagens e identificar o ponto de vista do narrador, reconhecendo suas
funções na narrativa;
·
Articular
os episódios em sequência temporal e caracterizar o espaço onde ocorrem os
eventos narrados;
·
Reescrever
lendas conhecidas e produzir lendas, levando em conta o gênero e o seu contexto
de produção;
·
Revisar
e editar o texto, focalizando os aspectos estudados na análise e reflexão sobre
a língua e a linguagem;
·
Identificar,
com o auxílio do professor, possíveis elementos da organização interna da
lenda: situação inicial, desenvolvimento da ação, situação final;
·
Distinguir
fala de personagem do enunciado do narrador para compreender alguns de seus
usos;
·
Examinar
o uso dos verbos do dizer para introduzir a fala das personagens;
·
Examinar
o uso dos tempos verbais;
·
Ouvir
com atenção lendas de diferentes origens lidos ou contados, estabelecendo
conexões com os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores;
·
Recontar
lendas, apropriando-se das características do texto-fonte.
CONTEÚDOS ATITUDINAIS:
|
LENDAS ASSISTIDAS:
"A FLOR DO CEMITÉRIO" (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6Ee4lWjYIKI)
"A LOIRA DO BANHEIRO" (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lY4D1tfxz1Y)
"O CARONA DO ALÉM" (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4R65FbNrOww)
"O FANTASMA DA LOJA DE BRINQUEDOS" (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=X1JVspnZoc0)
"O LADRÃO DE ÓRGÃOS" (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OHOykVMmxRA)
"O MENINO ROMÃOZINHO" (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=u2wEjvHmdNc)
"A MENINA DAS FLORES" (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MymmBHp5LaM)
"O GUARDIÃO DO CEMITÉRIO" (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vyamkpioYaY)
"CASTELO DO TERROR" (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4-8rj4xxpbg)
"A COLEÇÃO DE BONECAS" (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PBmSq05zZ9E)
PARA O LIVRO ESCOLHEMOS AS LENDAS:
"A FLOR DO CEMITÉRIO"
"A LOIRA DO BANHEIRO"
"O CARONA DO ALÉM"
"O FANTASMA DA LOJA DE BRINQUEDOS"
"O LADRÃO DE ÓRGÃOS"
"O MENINO ROMÃOZINHO"
ESCRITA DOS ALUNOS (DIGITADA NA AULA DE INFORMÁTICA PARA CONFECÇÃO DO LIVRO); (TODAS AS LENDAS TÊM IMAGENS DESENHADAS PELOS ALUNOS)
A FLOR DO CEMITÉRIO:
Ângela
tem 12 anos e gosta de estudar no cemitério porque acha que é o lugar mais
calmo que conhece.
Um dia, indo embora do cemitério,
Ângela avistou em um túmulo uma flor lindíssima que lhe chamou a atenção.
Ângela queria pegar a flor para ela. Quando esticou o braço para pegar a flor,
seu amigo Ricardo chegou assustando-a e fazendo com que se esquecesse da flor.
Chegando em casa, seu pai ficou
zangado com ela porque sua irmã contou que ela não havia ido à escola e estava
no cemitério. O pai, achava que isso era influência de Ricardo e proibiu a
amizade dos dois.
No dia seguinte, Ângela conversou
com o amigo, que ficou triste, mas compreendeu.
Como de costume, Ângela foi estudar
no cemitério. Eis que avistou “aquela flor” novamente e desta vez, pegou-a e
colocou-a dentro do caderno e foi embora.
De madrugada, telefonemas
misteriosos acordaram a família de Ângela, porém quando os pais dela atendiam,
ninguém falava nada, ficava mudo. O pai desconfiou que fosse uma brincadeira de
mau gosto do amigo de Ângela, Ricardo.
Ângela contou para o amigo que negou
ter feito os telefonemas.
Durante dias o telefone tocava e
ninguém falava nada. Só quando Ângela atendia uma voz assustadora dizia:
-Devolve a minha flor!
Um dia, chegando da escola Ângela
encontrou seu quarto todo bagunçado, como se alguém procurasse algo, no espelho
havia uma mensagem escrita com batom:
“Devolva a minha flor”.
Ângela correu e ligou para sua amiga
Celinha contando os fatos.
Seus pais, preocupados, decidiram revistar o
quarto de Ângela, para ver se achava alguma pista do comportamento estranho da
filha. O pai encontrou a flor e achou que era um presente de Ricardo jogando
fora pela janela.
Os amigos de Ângela aconselharam-na a devolver
a flor no túmulo.
Ângela foi pegar a flor para devolver e não
achou. Correu para sala onde seus pais estavam e perguntou-lhes:
-Vocês mexeram no meu quarto?
-Sim fui eu – diz o pai bravo – e já vou te
avisando que eu joguei fora aquela florzinha que você ganhou do seu amiguinho!
-Onde você jogou pai?
-Não sei, não sei!
-E agora? Isso nunca vai acabar!
O telefone toca, Ângela atende:
-Alô!
-Devolve a minha flor!
-Para com isso!
-Devolve a minha flor!
-Eu estou enlouquecendo, para com isso!
-Devolve a minha flor!
O pai de Ângela pega o telefone e fica mudo.
Ângela sai correndo e gritando. Sua mãe a leva
para o quarto e tenta acalmá-la. Preocupados, os pais decidem interna-la numa
clínica psiquiátrica.
O psiquiatra faz uma visita aos pais para
conversar sobre o comportamento de Ângela. Seus amigos, Ricardo e Celinha
também participam. O médico comentou que Ângela sempre repetia a mesma frase:
-“Encontrem a flor e devolvam para a dona”.
Isso faz algum sentido para vocês?
-Sim, diga a ela que eu vou resolver isso –
disse Ricardo.
E Ricardo sai à procura da flor. Encontrou-a
jogada no chão do quintal e correu para o cemitério para devolvê-la.
Essa é a lenda urbana da menina que enlouqueceu
por causa de uma flor, portanto, se algum dia você estiver passando pelo lugar
onde os mortos descansam, nunca pegue “a flor do cemitério”.
A LOIRA DO BANHEIRO
Verônica,
uma menina de 15 anos, muito bonita, de longos cabelos loiros, sempre planejava
maneiras de matar aula, pois não gostava de estudar, dizia que seria uma modelo
famosa, conheceria um homem muito rico e com ele iria se casar, por isso, não
precisava estudar. Uma das estratégias de Verônica para cabular aula era ficar escondida
no banheiro esperando o tempo passar. Verônica tentava fazer a cabeça das
amigas, que não seguiam seus conselhos às avessas e iam para aula.
Verônica era muito vaidosa e um dia, no banheiro, como de
costume, estava se penteando e se maquinado frente ao espelho.
O banheiro estava molhado e
então, um terrível acidente aconteceu: Verônica escorregou e caiu. Bateu a
cabeça no chão e ficou desacordada. Ficou em coma e pouco tempo depois veio a
falecer. Já no necrotério, o corpo estava pronto para o enterro, mas o espírito
de Verônica vaga pela sala, então ela se vê ali, pronta para seu velório. A
menina não se conforma com seu fim trágico e prematuro. Sua alma não quis
descansar em paz e passou então, a assombrar os banheiros das escolas.
Muitos
alunos juram que já viram a “loira do banheiro”, muito pálida e com algodão no
nariz para evitar que o sangue escorra; basta cabular aula e se esconder no
banheiro, lá dentro, xingue, fale palavrões e em seguida dê descarga três vezes
e ela aparecerá. Você duvida? Eu não faria isso.
O CARONA DO ALÉM
Michele é gerente numa loja de departamentos e
em suas férias, decidiu viajar sozinha de carro para conhecer vários estados.
Em um dos estados, o pneu furou, o carro
derrapou e saiu da pista, Michele não se feriu e ligou para o mecânico.
Quando terminou o serviço, o mecânico comentou:
-A moça disse que estava a quantos quilômetros
por hora mesmo?
-130, 140...
-Nossa, com essa chuva! Você foi protegida por
anjos! Caso contrário, ao invés de chamar um mecânico deveria chamar um carro
funerário! Vamos, me acompanhe até a oficina para eu colocar um pneu novo.
Quando entrou no carro para seguir o mecânico,
Michele viu um homem estranho com cicatrizes no rosto, muito sério, pedindo
carona, se assustou, fechou os vidros assustada e acelerou.
O mecânico trocou o pneu step por um novo e
estava fazendo a nota fiscal, quando Michele viu novamente aquele homem
estranho pedindo carona. Perguntou para o mecânico:
-Você conhece aquele homem estranho pedindo
carona?
-Quem? Onde?
-Ali!
O homem havia desaparecido.
-Ele estava bem ali! Bom, deixa pra lá...
Quanto te devo?
-R$ 140,00.
-Bem mais barato que um funeral, né?
E Michele sai dirigindo seu carro pela estrada.
Após andar mais ou menos 60 km, eis que novamente, na beira da estrada, o
estranho homem acenava para Michele pedindo carona. Michele passava reto, cada
vez mais assustada. E assim foi por quilômetros e quilômetros. Michele dirigiu
dois dias e duas noites, atravessou dois estados, sem notar a paisagem. A estrada
agora não era mais um caminho, mas sim, uma rota de fuga para Michele.
Michele resolveu mudar de estrada, para ver se
despistava o estranho. A gasolina acabou e o carro parou, no escuro, no meio do
nada. Michele avistou uma casa e correu para pedir ajuda. O morador não abriu a
porta, por já ser tarde da noite e pediu que Michele voltasse pela manhã.
Michele batia na janela do homem desesperada, enquanto atrás dela, por trás das
árvores, o estranho homem a observava. Então uma mão surge no ombro de Michele
e ela grita. Quando virou, viu que era um homem com farda da Marinha.
-Oi moça, tudo bem?
-Quem é você?
-Sou um oficial da Marinha, estou vindo da
minha licença, precisava de uma carona...
-Você quer uma carona? Eu posso te dar uma
carona – disse Michele eufórica. Mas minha gasolina acabou.
-Espere que já vou resolver isso!
E bate na porta do dono da casa dizendo que é
oficial da Marinha e precisa de gasolina. O homem atende prontamente e consegue
a gasolina para eles que seguem viagem.
Na estrada, Michele vê o carona novamente e
tenta jogar o carro em cima dele. O rapaz se assusta:
-O que você está fazendo?
-Você não viu? Aquele homem na beira da
estrada?
-Não, não vi ninguém!
O carona surge novamente, Michele joga o carro,
derrapando.
-O que você está fazendo?
-Eu quero matar ele!
-Pare esse carro agora que eu vu descer, você é
maluca.
Michele para o carro e o oficial desce.
-Por favor, não me deixa sozinha! Por favor! Eu
vou ficar louca!
Michele decidiu então, ligar para sua mãe, não
ligou antes poruqe não queria deixá-la preocupada, mas agora, achando que estava
enlouquecendo, ligou para pedir ajuda.
-Alô, mãe?
-Residência da Família Alencar!
-Quem está falando.
-Valquíria.
-Valquíria, quem é Valquíria?
-Sou a nova governanta, em que posso ajudar?
-Eu quero falar com a Dona Rose Alencar.
-Ela ainda está internada no hospital.
-Internada, como assim? O que aconteceu?
-Foi há três dias, quando sua filha Michele se
acidentou na estrada, o carro derrapou, o pneu estourou e ela faleceu. D. Rose
está internada em estado de choque.
Michele desliga o celular e caminha até o
carro, entra e logo vê o carona estranho surgir sentado no banco de trás.
Michele ficou paralisada, enquanto o carona falava calmamente:
-Você entendeu agora Michele, que estamos indo
para o mesmo lugar?
Essa é a lenda urbana do caro do além. O carona
estranho não era uma assombração, nem queria matar Michele, era a própria
personificação da morte, esperando pacientemente que Michele compreendesse que já estava morta há algum tempo.
O FANTASMA DA LOJA DE BRINQUEDOS
Ligia é dona de uma loja de brinquedos que
herdou da família. A loja estava muito movimentada, pois faltavam poucos dias
para o Natal. Ligia encomendou mais brinquedos para essa data e pediu que o
marceneiro fizesse mais prateleiras no estoque para os brinquedos que iam
chegar. Ela foi conferir o trabalho do marceneiro que garantiu terminar o
serviço ainda naquele dia.
Sr João, o marceneiro, trabalhava há
anos para a família, estava medindo a parede para fixar a primeira prateleira e
percebeu que a parede estava oca, quando martelou o prego, se certificou que
realmente a parede estava oca, e pelo olhou através do buraco feito. Foi
quando, de dentro da parede avistou um fantasma, uma menina fantasma, que vinha
caminhando em sua direção e saiu pela parede. O marceneiro gritou e caiu em
choque no chão diante da assombração.
Ligia ligou para a ambulância que
levou o marceneiro em choque, ao sair da loja na maca, Sr João falava sem
parar:
- Eu vi, D. Ligia, era um fantasma,
saiu da parede! É ela, é ela! Pergunte para sua vó, ela sabe toda a história.
Os paramédicos levaram o marceneiro
e Ligia foi até o estoque conferir. Olhou para a parede e nada encontrou. Nem
mesmo a martelada, estava intacta. Decidiu não falar nada com as vó, achando
que era só uma impressão, um delírio do marceneiro.
No dia seguinte, a loja abriu
normalmente e coisas estranhas começaram a acontecer. Uma cliente estava com
várias brinquedos na mão, e ainda queria pegar mais, pensou:
-Puxa, eu deveria ter pego uma
cestinha!
Eis que do nada, se arrastando no
chão surge uma cestinha vazia em sua frente:
-Nossa, de onde veio isso?
A menina fantasma surge em sua
frente:
-Eu quero a minha boneca!
A mulher sai correndo da loja
gritando.
Um garoto olhava uns robôs se
mexendo sozinhos na prateleira. Foi pegá-los e levou um choque e o robô cai no
chão. A mãe ouviu seu grito e veio ver o que tinha acontecido. O menino relata
o ocorrido, quando no chão o robô começa se mexer e surge a menina fantasma:
-Eu quero a minha boneca!
Mãe e filho saem correndo e gritando
da loja. E assim foi o dia na loja, muito estranho.
No final do dia, enquanto Ligia
fechava o caixa, comentou com seus funcionários, Rosa e Rogério, que o
movimento tinha sido muito bom, apesar de coisas estranhas terem acontecido, como
aquelas pessoas que saíram correndo. Os funcionários foram repor o estoque. Rogério colocava os brinquedos na
prateleira e quando abaixava para pegar mais brinquedos na caixa, o que já
havia colocado, caia em sua cabeça. Rogério achou estranho, mas colocou o
brinquedo novamente na prateleira. Caiu outra vez. Rogério foi verificar se a
prateleira estava desnivelada, mas não. Quando escutam o grito de Rosa no
estoque. Os dois, Ligia e Rogério correm para lá e veem Rosa aos prantos
apontando para vários robôs funcionando e rodando sozinhos no chão. Rogério
pega um deles para tirar a pilha e leva um choque, jogando o brinquedo no chão.
Eis que de dentro da parede surge a menina fantasma:
-Eu quero a minha boneca! Eu quero a
minha boneca!
Os três saem correndo e gritando.
No dia seguinte, Ligia vai até a casa de sua
avó e contou todos os fatos estranhos da loja desde o choque do marceneiro Sr
João.
- Ah! A Clara!
-Quem é Clara, vovó?
-Ah, essa história aconteceu há muito tempo,
deixa pra lá...
-Não vovó, me conte por favor, preciso saber!
-Clara era minha irmã mais nova. Há mais ou
menos 50 anos, nossa família já tinha a loja de brinquedos e estava próximo do
Natal, Clara queria uma boneca que tinha na loja, mas nossa mãe negou, disse que
ela não merecia. Clara caiu numa tristeza profunda e desapareceu! Ficamos
procurando por ela com ajuda da polícia desesperados. Uma semana depois as
roupas dela foram encontradas no estoque da loja junto da boneca. Seu corpo
nunca foi encontrado.
-Como era essa boneca vó?
-Ah, era uma linda boneca! Mas já não fabricam
há muito tempo.
-Descreve a boneca pra mim, vó, acho que eu sei
como acabar com isso.
-Era uma boneca loira, com os cabelos
cacheados, vestido azul claro, de porcelana...
Ligia voltou para casa e depois de horas
procurando pela boneca na internet, encontrou um exemplar de um colecionador.
No dia 23 de dezembro chega pelos Correios a boneca encomendada por Ligia. No dia
seguinte, véspera de Natal, a loja estava fechada. Ligia vai até lá, sozinha,
com a boneca em mãos. Clara surge em sua frente:
-Clara, não posso corrigir os erros dos meus
antepassados, mas aceite a boneca de coração.
Clara pegou a boneca e aos poucos aquela imagem
assustadora foi desaparecendo, dando lugar à imagem de uma menina de mais ou
menos 8 anos, bonita, sorridente.
-Obrigada! Você fez por mim o que minha mãe não
fez. Eu estava presa a um sentimento ruim e você me libertou, agora posso
descansar em paz. Feliz Natal!
-Feliz Natal Clara. Vá em paz!
Essa é a lenda do fantasma da loja de brinquedos.
A vontade de Ligia em encontrar uma boneca para dar paz ao espírito de Clara e
o arrependimento dela pelas maldades que fazia na loja, mostram que o amor, a
tolerância e a compaixão são sentimentos que devem ser compartilhados por todos
e ainda mais, são os sentimentos que representam o verdadeiro espírito de
Natal.
O LADRÃO DE ÓRGÃOS
A
internet mudou radicalmente os hábitos de milhares de pessoas ao redor do mundo
todo. Hoje é possível entrar na rede para mandar mensagens, fazer transações
bancárias, pesquisas, compras, uma infinidade de coisas, é possível, inclusive,
jogar vídeo game com adversários que estão a quilômetros de distância. Muita
gente faz amigos pela internet, é uma prática comum, mas muito arriscada,
porque na maioria das vezes não sabemos que tipo de pessoa está falando com a
gente do outro lado. Por isso, se você gosta de amizades virtuais, cuidado para
não ser a próxima vítima do... Ladrão de órgãos!
Um garoto de mais ou menos 10 anos,
chamado Leandro, adora jogar vídeo game online e sempre conversava com quem não
conhecia pessoalmente:
-Ah! Não ganho uma de você!
-É a prática! Um dia você consegue!
Sua mãe não briga de você ficar tanto tempo jogando vídeo game?
-Às vezes, mas hoje ela não está em
casa, viajou a trabalho, só volta amanhã.
-E ela deixou você sozinho?
-Por quê? Não sou nenhum bebê!
-Eu sei. Olha só esse link que te
mandei, é um jogo que eu projetei.
-Você projeta jogos? Uau! Mas está
demorando a abrir!
-Demora um pouquinho, porque está em
teste, mas não tira os olhos da tela.
O link que Leandro acessa não é um
jogo, na verdade, é um programa desenvolvido pelo “ladrão de órgãos” para
capturar suas vítimas. O endereço de Leandro aparece em um mapa na tela do
computador do facínora, ao mesmo tempo, a tela hipnótica faz Leandro perder a
consciência.
Com frieza o homem coloca seu
material cirúrgico dentro de uma maleta e junto dos materiais cortantes, ele
leva também uma pequena geladeira portátil. Agora, o ladrão de órgãos está
pronto para atacar.
Sob o efeito de hipnose, Leandro não
percebe quando o ladrão de órgãos invade sua casa e em poucos minutos terá
perdido um de seus rins, sua vida nunca mais será como antes.
No dia seguinte, Leandro acorda numa
banheira cheia de cubos de gelo, seu corpo está gelado e ele está quase
morrendo de frio, ele foi vítima de uma trama sinistra.
Na mesma manhã, o policial Donato se
despede da família para ir ao trabalho.
Na delegacia os pais de Leandro
estão dando queixa do crime, quando Donato entra na sala do delegado:
-Bom dia chefe! O que está
acontecendo?
-Bom dia Donato! Mais um caso de
roubo de órgãos. Um especialista trabalhando em nossa área, ele não deixa
rastro algum, nem digital, nada! O garoto disse que estava jogando vídeo game
quando adormeceu.
-Teve arrombamento?
-Sim, o meliante entrou pela cozinha usando um
pé-de-cabra. O computador do garoto já está aí na perícia, vai lá dar uma
olhada. Quero você 24 horas nesse caso.
-Sim senhor.
No outro dia, na delegacia, sai o resultado da
perícia feita no computador do menino Leandro, Donato e o perito conversam:
-O garoto acessou um link com uma tela
hipnótica, com certeza foi a última coisa que viu, para você ter uma ideia do
poder dessa hipnose, quando cheguei hoje aqui de manhã, meu assistente estava
caído, apagado, hipnotizado porque achou o tal link.
-Não deu nem para descobrir a origem da página?
-Ele é muito esperto, cada vez que você acessa,
dá um endereço diferente, a última vez que acessei foi uma cidade da Venezuela.
-Nossa! Isso está cada vez mais complicado.
-E eu acho que é só o começo.
Passa uma semana e Donato vai juntando pistas,
mas nenhuma delas apontam para o verdadeiro suspeito e isso assusta cada vez
mais os moradores da cidade, pois no meio da semana houve mais um caso, de uma
moça de 20 anos.
Até que o ladrão de órgãos comete um erro:
-Donato, houve mais um caso de roubo de órgãos,
só que dessa vez o maluco deixou uma pista. Conseguimos rastrear o endereço do
facínora.
-Estou indo pra lá agora!
O que Donato não sabe é que o ladrão de órgãos
já tem mais uma vítima na mira, sua filha Amanda de 11 anos.
-Então quer dizer que seus pais foram viajar?
-Só minha mãe, meu pai está em casa, mas já vai
sair.
-E você não tem medo de ficar sozinha?
-Medo de que?
Toc, toc, toc... batem na porta:
-Amanda, posso entrar?
-Espera aí, é meu pai. Pode entrar pai.
-Oi filha, tudo bem? Está falando com alguém?
-Tudo bem. É um conhecido.
-Cuidado com quem você fala na internet, hein?
-Eu sei pai. Sou filha de policial, pode deixar
que eu não dou endereço, telefone, nem digo onde estou.
-Tudo bem eu vou sair, levantaram o endereço de
um suspeito e eu vou ter que checar.
-Tudo bem pai, daqui a pouco eu vou dormir.
-Tá bom filha, fica com Deus.
-Te amo pai, se cuida.
-Você também, tchau!
Donato sai e Amanda volta a conversar com o
meliante:
-Pronto, ele já foi. Mas por que eu não te
vejo?
-Minha webcam quebrou, mas não se preocupe em
breve nos veremos.
-Você disse que tinha um link que queria que eu
visse...
O ladrão de órgãos manda o link para Amanda e
na mesma hora aparece seu endereço na tela; o ladrão sai com seus materiais em
sua moto. Por pouco Donato não pegava o ladrão de órgãos em sua casa.
Donato e seu assistente revistam a casa do
assassino para encontrar rastros, eis que o assistente encontra o computador do
ladrão de órgãos:
-Donato olha só isso, deve ser por esse mapa
que ele localiza suas vítimas.
-Deixa eu ver. Mas espera aí, esse é o endereço
da minha casa. Minha filha! Amanda está sozinha.
Donato pega o carro e acelera, pois sabe que
não tem muito tempo se quiser salvar a vida de sua filha. Cada minuto faz a
diferença entre a vida e a morte para Amanda.
Chegando a sua casa, Donato descobre que era
tarde demais, Amanda já estava sem um rim dentro de uma banheira cheia de cubos
de gelo. E o pior, o ladrão ainda estava na casa e acabou sedando Donato com
coliforme e também arrancou seu rim, saindo pela porta da frente normalmente.
Se você costuma usar a internet para conversar
com desconhecidos, lembre-se que qualquer hora você pode se tornar mais uma
vítima do ladrão de órgãos.
O MENINO ROMÃOZINHO
Romãozinho é um menino de 8 anos, filho de uma
dona de casa, Noêmia e de um agricultor, Laércio, o menino já nasceu “mau”.
Muito desobediente e malcriado, gostava de brigar e gritar com sua mãe,
maltratar os animais e destruir as plantas.
Fazia as piores artes possíveis, pelo simples
prazer da maldade. Sua mãe pedia que ele simplesmente levasse a bacia de roupas
limpas até próximo o varal, e ele fazia questão de esfregar as roupas no chão.
Corria atrás das vacas do pasto, atormentava os vizinhos etc.
Um dia, sua mãe pediu que levasse o almoço na
roça para seu pai.
No meio do caminho, Romãozinho parou e comeu
toda a galinha, deixando os ossos misturados com o feijão e o arroz. Quando o
pai abriu a marmita:
-Como assim, cadê a carne da galinha?
-A mamãe me mandou trazer isso aí, acho que ela
comeu tudo e mandou te trazer só os ossos.
O pai de Romãozinho comeu a comida, sem
entender nada e muito triste com a atitude da mulher.
De longe, Romãozinho ria da desgraça do pai.
Laércio chega em casa de cara feia. Noêmia questiona
o marido:
-O que aconteceu? Que cara é essa?
-Você comer toda a galinha, tudo bem, mas me
mandar os ossos?
-Do que você está falando eu não comi nada,
olha aqui na panela.
Laércio vê na panela que ainda tem bastante
galinha e compreende que foi mais uma malcriação de Romãozinho. Quando vai arás
dele no quintal, vê que o filho ria da briga do casal, mas era um riso
assustador, uma gargalhada maligna.
-Vem aqui moleque, agora você não escapa de uma
surra.
Eis que dá um clarão, Romãozinho vai ficando
vermelho e sua gargalhada cada vez mais forte e assustadora. Ao ver a cena,
Laércio tem um infarto e cai morto ali mesmo no quintal. A esposa sai correndo
e encontra o marido morto, caído no chão e Romãozinho gargalhando cada vez mais
alto, vermelho. Noêmia também sente um aperto no peito, mas antes de morrer,
jogou uma praga em cima do garoto:
-Romãozinho, você não morrerá nunca. Não
conhecerá nem o céu, nem o inferno. Não morrerá enquanto houver um ser vivente
na Terra.
Romãozinho riu ante a maldição e desapareceu.
Desde então, o menino nunca cresceu, anda pelas estradas e faz travessuras:
quebra telhas, assusta as pessoas, destrói plantas e tortura os animais.
Essa é a lenda do Romãozinho, muitos acreditam
que o menino se aproxima de crianças vândalas e menores infratores, que
influenciados pelo moleque, fazem as piores crueldades pelo mundo afora. Dizem
que o Romãozinho só é visto em rápidas aparições e às vezes na forma de uma
tocha de fogo assombrando as pessoas.
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